O termo geração nem-nem se refere a jovens ou adultos entre 18 e 24 anos que não estão nem trabalhando, nem estudando. Essa expressão descreve uma parcela da população que está fora dos mercados de trabalho e acadêmico, o que gera preocupação sobre o futuro da mão de obra no país e está longe de ocorrer por vontade desses jovens. Fatores que contribuem para esse fenômeno incluem:
- Dificuldades de inserção no mercado de trabalho: esses jovens enfrentam obstáculos para encontrar emprego devido à falta de habilidades ou experiências necessárias.
- Descontinuidade nos estudos: eles não conseguem prosseguir com a educação formal devido à situação financeira da família ou falta de interesse no atual sistema de ensino.
- Educação precária: a qualidade da educação recebida pode ser um fator determinante, pois nem sempre se formar é garantia de emprego.
No Brasil, dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que 35,9% dos jovens brasileiros estão na geração nem-nem, colocando o país em segundo lugar mundial, atrás apenas da África do Sul. Essa situação é influenciada por mudanças no mercado de trabalho e crises econômicas e sociais. O mercado exige cada vez mais formação e habilidades, o que dificulta o acesso para aqueles que não continuaram os estudos. Além disso, situações políticas e econômicas vividas pelo país afetaram a estabilidade financeira e a satisfação profissional desses jovens.
A geração nem-nem enfrenta desafios significativos, mas existem estratégias que podem ajudar a melhorar sua situação como: intervenções educacionais que incluem programas de reingresso escolar, apoio acadêmico e oferta de cursos profissionalizantes com especialidades demandadas pelo mercado; inclusão no mercado de trabalho com facilitação de oportunidades de estágio e programas de aprendizado, parcerias com empresas e incentivo ao empreendedorismo; apoio social e emocional com aconselhamento e mentoria; bem como políticas públicas para investimento em educação, geração de emprego e combate à desigualdade.
E como o voluntariado pode contribuir para melhorar essa situação?
Na Companhia Energética de Minas Gerais, o programa de Voluntariado Cemig, o Você, oferece cursos para jovens que incentivam o empreendedorismo e preparam para o mercado de trabalho. São eles: a) Gestão de Projetos na Carreira: visa possibilitar aos alunos uma aprendizagem experiencial de como fazer a gestão de projetos, auxiliando-os na compreensão, planejamento, realização, monitoramento e avaliação do projeto, como a gestão da própria carreira. O conteúdo programático aborda o que é um projeto e como aplicar no seu dia a dia de maneira simples e prática, e pretende levar o jovem a entender qual o seu papel como gestor desse projeto, como fazer um bom gerenciamento, como definir metas, escopo e prazos; b) Startup: tem o objetivo de orientar jovens sobre empreendedorismo e criação de startups, a partir do método aprender-fazendo. O programa tem duração total de 20 horas e é estruturado em módulos que abordam temas relevantes relacionados ao empreendedorismo, como o que é e como desenvolver uma startup, construção de marca, desenvolvimento de produto, fontes de financiamento, entre outros. Ao término do programa os participantes apresentarão a empresa ou projeto desenvolvido a uma banca de jurados a partir do método Pitch, que é uma apresentação curta e direta voltada a despertar o interesse de um investidor, parceiro ou cliente ; e c) Energia Jovem: composta por quatro módulos que vão abordar temas relevantes para a entrada no mercado de trabalho, como, por exemplo, o autoconhecimento, competências a serem desenvolvidas, como participar de uma entrevista e como elaborar o currículo.
Os voluntários da Cemig desempenham um papel crucial ao lecionar esses cursos para os jovens. Aqui estão algumas maneiras pelas quais eles podem ajudar:
- Transmissão de Conhecimento:
- Os voluntários compartilham seus conhecimentos e experiências com os jovens.
- Eles explicam conceitos, fornecem exemplos práticos e respondem a dúvidas.
- Motivação e Inspiração:
- Os voluntários podem inspirar os jovens, mostrando como o aprendizado pode impactar positivamente suas vidas.
- Eles compartilham histórias pessoais e trajetórias profissionais para motivar os alunos.
- Feedback Construtivo:
- Os voluntários avaliam o progresso dos jovens e oferecem feedback construtivo.
- Eles incentivam o desenvolvimento contínuo e aprimoramento das habilidades.
- Networking:
- Os voluntários podem conectar os jovens a outros profissionais e oportunidades.
- Eles ampliam a rede de contatos dos alunos, abrindo portas para estágios e empregos futuros.
Em resumo, o voluntariado corporativo é uma importante ferramenta para a capacitação de jovens e os voluntários desempenham um papel fundamental ao compartilhar conhecimento, motivar e apoiar os jovens em sua jornada de aprendizado.
— Marina Lúcio, Analista de Responsabilidade Empresarial na CEMIG